Por: Beni Dya Mbaxi
Escritora moçambicana, Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares nasceu a 20 de setembro de 1926, em Lourenço Marques (hoje Maputo), Moçambique, e faleceu a 4 de dezembro de 2002, em Cascais, Portugal. Poetiza que, numa espécie de postura predestinada, desembaraçando-se das normas tradicionais europeias, de 1949 a 1952 escreve dezenas de poemas, estando muitos deles dispersos pela imprensa moçambicana e estrangeira. Com apenas 22 anos de idade, surge na senda literária moçambicana num impulso encantatório, gritando o seu verbo impetuoso, objetivo e generoso, vincado (bem fundo) na alma do seu povo, da sua cultura, da sua consciência social, revelando um talento invulgar e uma coragem impressionante. Mestiça, revela ser marcada por uma profunda experiência, em grande parte por via dessa mesma circunstância.
Sobre o Livro:
Nesta edição chancelada pela editora Kapulana, em 2016. "Sangue Negro", um livro composto por 13 poemas, considerado o único livro publicado na carreira da escritora, às poesias são marcadas por luta de libertação de Moçambique sua terra natal, nota-se nos versos o engajamento, a coragem de uma mulher, ainda clamando e suplicando aos colonizadores que a retirassem tudo, mas não a música. Podemos ver num dos versos de sua poesia intitulada "Súplica":
- Por isso pedimos
de joelhos pedimos
tirem-nos tudo...
Mas não nos tirem a vida
Não nos levem a música!
O eu-poetico que não foge muito do eu-autora, recorda à sua infância, marcada pela saudade de sua mãe;
- Ainda grito
Porque quero ser ainda, sempre, pela vida fora
O que fui outrora:
Rainha nas costas de minha mãe!
Portanto, é um livro interessante de se ler, aproveite a oportunidade, leia assim que puder. Voltaremos nas próximas oportunidades com mais Dicas de Leitura! "Quem lê, é um bom emissor".
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